Vocês
já pararam pra reparar que em quase todo lugar que você vai tem um gay e
rapidamente a gente nota? Parece que temos uma espécie de radar de identificação.
Quando
esse gay nos interessa é assim que nos comportamos:
Mas
já repararam que quando são gays que não despertam interesse mútuo para o coito
logo é assim que um dos dois age?
Pois
bem, parei pra avaliar isso e fiquei curioso pra saber por que as bichas têm esse
comportamento diante de outra, porque muitas vezes passei por isso nos pubs e
boates da vida, ser fulminado assim sem motivo nenhum.
Mas
esse comportamento está diretamente ligado à inveja e à competição.
A inveja é sempre proporcional ao grau de repressão que uma
pessoa impõe aos seus desejos. Na falta de possibilidades reais (ou
imaginárias) de se deliciar na vida, o sujeito olha para o lado e suspira
triste pelo bem-estar alheio como que se projetando amargurado sobre a
conquista que não é sua.
Quando vê uma bicha desprendida e bem
sucedida, ele não necessariamente deseja que a pessoa perca o que tem, mas se
recorda que ainda não tem aquilo que almeja e se entristece. Nos casos de
inveja leve a pessoa pragueja um pouco ou faz uma crítica do tipo: “usa Zara,
mas é gordo” ou “que adianta ter um boy magia e ser chifruda”. Essa é uma
maneira de atacar imaginariamente para diminuir a sensação de menos valia. Nos
casos doentios a pessoa vai atacar abertamente, fofocar e até colocar a casca
de banana no caminho do outro para que o “inimigo” caia.
Vivemos numa cultura machista que
privilegia as realizações masculinas e até as facilita em detrimento das
femininas. Haja vista muitas afirmam que se pudessem nasceriam hétero em outra
vida.
Desde cedo as meninas são incentivadas a
fechar as pernas, falar baixo, não brigar e conter sua libido. Repressão pura.
E os meninos devem se comportar como meninos.
Nesse sentido a inveja das gays não é
natural como se pensa, mas um produto da cultura machista que desprivilegia a
manifestação feminina das bichas e taxa como
feio e ridículo qualquer forma de liberdade espontânea.
Basta notar a menor inveja de certos
tipos de gays que são mais desencanadas, até desbocadas e chamadas liberais.
A competitividade dos gays é sempre em
função da liberdade que sentem que vem da outra. No fundo é isso que as
perturba, perceber que a outra teve mais ousadia para se vestir, falar,
interagir e trabalhar. A invejosa que sempre foi educada para conter a si mesma
lamenta não ter o despudor de dizer o que pensa, por isso secretamente maldiz a
outra que obteve mais destaque. Parte dela, ainda que não admita, gostaria de
ser tão livre e espontânea para no mínimo ter a opção de fazer aquilo, mesmo
que escolha não fazer.
Pessoas emocionalmente mais realizadas
têm menor propensão em cobiçar o bem alheio já que estão degustando com mais
liberdade o seu prato saboroso.
Toda vez que estou no ônibus e entra um gay, sempre viram a cara.
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